Monday, November 01, 2010

Memória se faz presente. E isso é o amor!

 
Hoje eu recebi uma notícia triste...
Daquelas que faz chorar e relembrar coisas boas de um passado que só memória é.
Imagens de criança, de um tempo de mais certezas do que dúvidas.
E a certeza que resta é a docilidade, o jeito sempre alegre, pra cima, dessa que foi tia, mãe, avó. Tudo o que faltava ela era.
Viver com ela fora deste mundo será respirar e ter a sensação de que de olho estará, sempre torcendo pelo melhor para os que aqui ficam.
Siga em paz, anjo...
Meu profundo sentimento de amor,
tia Ana.

Tuesday, August 17, 2010

Sem surpresa, sem vontade

Aos 33, senti falta de alguma surpresa
uma novidade que fosse, um presentinho inesperado
daqueles que fazem brilhar o olhar de criança
bater o coração mais forte
não, o que tive, foi mais do mesmo

ou menos

não culpo ninguém, só o momento
ou a mim mesmo

talvez seja a hora de me reinventar
mirar outros horizontes
em busca de frescor
daquele sabor diferente que te faz querer
continuar na estrada

ou será que estou tão previsível
que só boto reparo no que não é
ou minhas expectativas estão tamanhas
que me frustrar seja quase lei

Só sei que juntando isso ao filminho da vida
que a gente faz em datas comemorativas
resultou em uma combinação fosca, ultrapassada

O pior é que temo ter perdido a pista
para encontrar novos caminhos
ser diferente em sendo mesmo eu

que arte viver a vida com fé!

Saturday, July 31, 2010

Reconheço que o navio saiu do rumo. A ora redefinir é agora!

Depois de um longo e tenebroso período de incursões por outros assuntos, eis que redefino aqui como o espaço do inusitado, da palavra que vem de dentro, da verborragia, da criança que há em mim. Uma porque desabafar preciso e é preciso e outra porque não quero fazer mais do mesmo que todos já fazem... Então, retomo este Cais com assuntos tão meus, tão íntimos, que quase arrisco minhas verdades, minha incompletude, minha solidão. Talvez tudo motivado pela idade de Christo que se aproxima. Isso mesmo, já já vem os 33 e eu ainda não descobri de fato o que faço aqui, nem no mundo... Ainda não me sinto confortável com ser e estar, às vezes nem mesmo com respirar. Ainda aporta em mim aquela dor n'alma, que às vezes cresce e torna-se ansiedade, às vezes lágrima fica e escorre e se esvai. O momento é grave e eu sou um drama ambulante que me quero fazer sorrindo e sorriso. Muitas vezes incompreendido... E será assim eternamente, até o dia de minha morte. Ou até mais além, pois (ironia!), o digital revela o imortal. Qual será o verdadeiro fim? Não sei... Só sei que este é um novo começo. E quem sabe eu perceba e você perceba uma evolução? Ou não! (a frase mais sábia de Caetano!)


Está dado o início. Que me venha!

E como levar a vida tranquilo é o meu desejo maior, nada melhor do que uma oração em forma de música, de Kassin, na voz da querida Bebel Gilberto. Leia, como quem reza e sentirá a força!

Tranqüilo

Levo a vida tranqüilo
Não tenho medo do mundo
Não tenho medo do mundo
Não vou me preocupar
Não vou me preocupar

Tranqüilo
Levo a vida tranqüilo
Não tenho medo da morte
Não tenho medo da morte
Não vou me preocupar
Não vou me preocupar

Que passe por mim a doença
Que passe por mim a pobreza
Que passe por mim a maldade, a mentira e a falta de crença
Que passe por mim olho grande
Que passe por mim a má sorte
Que passe por mim a inveja, a discórdia e a ignorância

Tranqüilo
Levo a vida tranqüilo

Que me passe
A doença que me passe
A pobreza que me passe
A maldade que me passe
Que me passe
Olho grande que me passe
A má sorte que me passe
A inveja que me passe
A tristeza da guerra

Tranqüilo
Levo a vida tão tranqüila
Não tenho medo da morte
Não tenho medo da morte
Não vou me preocupar
Não vou me preocupar

Wednesday, May 13, 2009

Momento de agir!

Já que é o momento de agir, vou começar retomando esse Blog personalíssimo, sem regras, eira nem beira. Vamos ver se consigo, por meio dos posts, reelaborar minha forma de enxergar o mundo. Não é um blog para os outros, é para mim mesmo. Por isso, se não tiver leitores, tudo bem. Eu mesmo me leio...

O Ás de Paus como arcano de aconselhamento para este momento de sua vida vem sugerir a necessidade de se atirar nas coisas com mais entusiasmo, sem medos, imprimindo tesão em tudo o que se faz, André. Você dispõe de imenso potencial criativo e está num momento excepcional para fazer valer as idéias que saltarão de sua mente e coração. Cuidado apenas para, no entusiasmo, não terminar “queimando” as pessoas ao seu redor. Temos, muitas vezes, idéias brilhantes e “vemos” as coisas de uma maneira que ninguém mais viu. Ficamos irritados quando os outros não acompanham a perfeição de nossa visão ou a clareza que tivemos a respeito de um projeto ou idéias. E é aí que mora o perigo, André: de nada adianta você ter uma ótima ideia, se não souber ter paciência para explicá-la.
Conselho: Atire-se! Mas tome cuidado para não ferir ninguém!

Sunday, January 11, 2009

Jeito especial de amar

São teus olhos
Que me olham de maneira diferente
Que me vêem como alguém normal
como alguém que chora
como alguém que sorri

Obrigado por me dar motivos
para sonhar
continuar a viver
como alguém normal
que só pensa em ter
momento bons
e vive a sonhar

Obrigado por dizer
que estou lindo
quando estou tão feio.
Mas eu entendo que a beleza
que me vê
é a beleza que ninguém (nem sempre)
consegue enxergar

Quem te conhece
já sabe desse jeito todo especial de ser
todo especial de amar
de lidar com as pessoas
de lidar com o amor

(Ju - poema surpresa - pra mim!!!)

Wednesday, October 15, 2008

Olhar para dentro

Faço de conta que conto um conto. Um texto ou pré-texto fora do contexto marcando o momento. E eu entre as linhas, entrelinhas, perdidas... Penso em tomar água com gás e logo vem o café. Faz tempo que não sei com quem me deito, com quem me levanto. Deus, será deus ou deusa? Pode ser que depois de uma lágrima venha o suor. E depois de dentes, nariz, ar, surfando na música entediante do dia-a-dia. Olho para o lado e só vejo dentro.

Wednesday, June 18, 2008

O pássaro da manhã

"Eu vou lhe contar que você não me conhece. Eu tenho que gritar isso porque você está surdo e não me ouve.
A sedução me escraviza a você. Ao fim de tudo você permanece comigo, mas preso ao que eu criei e não a mim. E quanto mais falo sobre a verdade inteira um abismo maior nos separa.
Você não tem um nome, eu tenho.
Você é um rosto na multidão e eu sou o centro das atenções.
Mas a mentira da aparência do que eu sou e a mentira da aparência do que você é, porque eu não sou meu nome e você não é ninguém, o jogo perigoso que eu pratico aqui, ele busca chegar ao limite possível de aproximação, através da aceitação da distância e do reconhecimento dela.
Entre eu e você existe a notícia, que nos separa.
Eu quero que você me veja à mim. Eu me dispo da notícia, e a minha nudez parada te denuncia e te espelha.
Eu me delato, tu me relatas. Eu nos acuso e confesso por nós. Assim me livro das palavras com as quais você me veste."

Texto de Fauzi Arap
Extraído do Programa de Espetáculo do show e
Disco Pássaro da Manhã - 1977