Obrigado por ter me lembrado
que eu sou pó, quase nada
que a minha importância
é a de uma vaca pastando
num mundo de homens
quase pastando, num mundo de sonhos
de ilusões
Obrigado por me descer do andor,
me conduzir até o mar de lamas
de mim mesmo
Obrigado por me tirar da luz
que também cega os seus olhos,
pequenos olhos de tão amargurada e pífia
existência
Obrigado por me lembrar que o que
me faz humano não é mais que o vazio
mais uma vez o pó, quase nada
que a minha vida é um eco obscuro
que se expande em todas as direções,
cujo destino é o fim
Obrigado por me devolver
aquele sorriso cínico,
aquela arrogância,
de quem sabe que tudo o que passo
você passa também
Apenas, meu bem,
o momento não é o mesmo
Quem sabe eu ainda esteja
aqui pra ver...
Este foi um dos primeiros textos que fiz com a intenção de que fosse um poema. Ele foi discutido no Balaio de Textos do Sesc on-line, com a participação do escritor João Silvério Trevisan. Ele apontou falta de pontuação e um tom confessional, de dor de cotovelo mesmo, hehehe!
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